Tuesday, November 14, 2006

dois homens em alto mar. abaixo, a setecentos e cinqüenta metros, fendas, planícies, escarpas e montanhas permanentemente inundadas, e a setecentos e cinqüenta metros acima, os dois homens puxam cada um uma fita elástica presas a setecentos metros num carniçal petrificado na superfície. a tensão das fitas vai demorar aproximadamente um segundo para retornar como eco, e a escuridão do céu apresenta como uma colcha as colinas. À sua frente, mais próximo ao continente, onde o fundo do oceano é mais ou menos plano, o carniçal formado por uma coluna fixa a setecentos e cinqüenta metros no fundo do oceano, acravelha cinco faixas de colunas quase de mesma metragem, que são vistas cada uma com a parte frontal voltada para a outra, separadas por uma distancia de seiscentos metros entre elas. as duas mergulhadoras vinham pela superfície de encontro aos dois homens, e puxavam cada uma um cordão encerado, que se prendiam ao carniçal mais distante do carniçal dos homens. quando se deu o encontro entre os quatro, as duas fitas e os dois cordões encerados foram amarrados entre si. os dois carniçais onde as fitas e cordões foram presos sucumbiram ao talude, o ponto onde ocorre a quebra da plataforma, dando origem a algo como um desfiladeiro marinho, uma escarpa rochosa com elevado grau de inclinação. todo o encossado da superfície convexou-se de forma irregular de maneira que as quatro pessoas, sugadas pela porção leitosa formada ao entorno, foram tragadas para dentro do corpo oceânico. esse fenômeno, ocorrido à parte da vontade da natureza, mas forçando a mesma a realiza-lo expontaneamente, é de muita utilidade ao equilíbrio marinho, visto que os corpos formarão novas bases de carniçais, repondo qualquer falta castradora de harmonia natural.

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